Este blogue é um ponto de encontro com amigos desconhecidos que se reconhecem nas palavras e nos gestos, aqueles por vezes tão comuns que deixamos de reparar, até alguém nos voltar a falar deles, como se fosse a primeira vez.

Música

28 de setembro de 2018

Ser Mulher!

Torre de Montparnasse. Eu, a ver Paris...

Ser uma Quase Cinderela não é menos do que ser uma Cinderela, é mais, é ser Mulher.

A Cinderela é a personificação da beleza feminina exterior, e nós não somos só isso, a nossa aparência é apenas um pedacinho de nós. Somos um todo, somos aquilo que os outros veem no exterior e aquilo que ninguém pode ver no nosso interior sem nos conhecer, somos um bocadinho da Cinderela e da Gata Borralheira, somos Quase Cinderelas, somos Mulheres.

Ser Mulher não é só sapatos de cristal, cachecóis, penteados e Príncipes (quase) Encantados. Ser Mulher é sermos nós próprias, é gostarmos de nós, é sermos verdadeiras connosco, é sermos independentes, é sentirmo-nos bem, completas, tal como somos.

Pode bastar uma música, um passeio pela praia, uma roupa, um abraço, uma flor, um poema, um filme, umas pipocas, uma gargalhada, um carinho, um reencontro, uma carta, um amor.

Ser Mulher é descobrir quem somos, o que procuramos, traçar objectivos, cumpri-los, lutar pelos nossos sonhos, enfrentar os nossos medos, recordar os nossos desejos, acreditar em nós próprias, todos os dias, encontrar a nossa identidade, as nossas paixões, o que nos faz renascer, sorrir, ser, existir!

E, jamais permitir que alguém nos faça sentir menos do que somos, nos tente mudar, nos impeça de sonhar ou de lutar pelos nossos sonhos.

Somos livres, por fora e por dentro, somos nós próprias, somos felizes, somos perfeitas nas nossas diferenças e imperfeições, somos quem somos, verdadeiras, somos filhas, irmãs, amigas, avós, mães, somos únicas, somos Mulheres!

Sandra Reis

26 de setembro de 2018

Dioramas


Há quase três anos, decidi fazer uns dioramas, uma experiência na qual já andava a pensar há muito tempo, mas faltava-me a coragem. Quando descobri umas caixinhas pequeninas, pensei "É desta!", comprei-as e comecei.

Como são pequeníssimos, ficava cansada dos olhos, até que me ofereceram um candeeiro com lupa e passou a correr tudo bem!

Foi uma experiência fantástica, quando me sento a fazer um diorama esqueço-me das horas, dos sons, fico tão envolvida que não penso em mais nada, é algo que adoro e faz-me bem.


Aqui ficam as fotos dos que estão feitos. Não são obras de arte, mas espero que gostem.

Aqui podem ver o tamanho da caixinha



Espero que tenham gostado.

Gostava de fazer mais alguns, mas apetecia-me experimentar ideias diferentes das minhas, das quais não me lembrei, parece-me um desafio mais interessante e que vai puxar mais por mim. Para isso gostava de ideias vossas :)

Beijinhos

24 de setembro de 2018

Adoro os Animais!

  

Tenho animais desde criança, não gosto mais de gatos ou mais de cães, adoro ambos, aliás adoro tanto animais, que tinha aqui 1000 histórias para contar só sobre animais, um dia talvez.
Acho que se eu pudesse viver num habitat de animais, selvagens ou não, ou num santuário de animais ou mesmo num Jardim Zoológico, onde são acarinhados e bem cuidados, seria um sonho para mim, só por estar rodeada deles!

Infelizmente já vi animais maltratados em Zoos e nessas situações não entendo a razão e a lógica de os terem no Zoo para salvaguardar a espécie, uma vez que estão a ser maltratados e infelizes. Não é só em Portugal, também noutros países isto acontece, e até já há santuários que os exploram pelo turismo... Para mim isto é insuportável, e eu sinto-me uma migalha, por mais que faça, sinto-me impotente, muda, perante tudo o que se faz de mal aos Animais no Mundo inteiro.

Zoo de Santo Inácio
Há um sítio aqui perto onde me sinto bem, onde posso estar perto dos Animais e vê-los felizes, o Zoo de Santo Inácio, vou lá desde que abriu as portas às pessoas em 2000 (ainda era só uma Quinta, nascida no Séc.XVIII), mas já tinha muitas espécies protegidas, ali fazem tudo pelos animais. Eles trabalham arduamente em prol da proteção e conservação das espécies, da sensibilização de todos para que protejam a vida selvagem e para que percebam os perigos de extinção. Fazem um excelente trabalho junto das crianças e dos adultos, eu não me canso de lá ir, se pudesse ia todos os dias, se pudesse ficava lá. Em 2014 o Zoo passou a fazer parte do grupo Thoiry, do qual também faz parte o Parc Zoologique et Château de Thoiry, onde, acreditem, os Animais vivem numa grande liberdade e espaço. Nós é que vamos de carro pelo Parc, não podemos sair do carro em certas zonas, e andamos ali no meio deles a vê-los brincar, são felizes!

Zoo de Santo Inácio
Tenho um fascínio por todos os Animais, mas tenho um especial pelos tigres das neves e pelas panteras das neves, fico perdida a olhar para eles horas, se me deixassem até os abraçava e beijava. Quando vou aos Zoos, seja onde for, já sei que é um dia inteiro e tenho que levar a reflex com duas baterias e dois cartões, e não consigo sair de lá para fora até ser hora de fecharem.

Sou madrinha das Panteras das Neves do Zoo de Santo Inácio, pago o apadrinhamento anualmente e posso ir ao Zoo sempre que quero sem pagar entrada. Fi-lo por amor. Um dia lembrei-me, quando me perguntaram o que queria para prenda de Natal, eu respondi, quero apadrinhar as Panteras das Neves, ofereceram-me essa prenda nesse Natal e desde então renovo e renovarei. Esta espécie esteve vários anos em perigo de extinção, neste momento está "vulnerável", o que não representa que está salva.

Cada vez que um animal se extingue um pedaço de mim parte-se. Porque para mim, cada um deles é precioso e o nosso Planeta está a perder tudo o que torna fantástico, à nossa custa, humanos... Fui à Grande Galerie de L'Évolution em Paris, e a Exposição de Animais é absolutamente fantástica, conheci animais que nunca vi ou dos quais nunca me pude aproximar, têm uma sala com uma exposição de Animais Extintos, fiquei destroçada quando entrei nessa sala, chorei lá dentro ao ver aquelas espécies fantásticas sabendo que nunca iria ter a oportunidade de os conhecer um dia, ao ver até animais que eu conheci em pequena e não sabiam que se tinham extinguido...

Mais longe daqui temos o Zoo de Lisboa, onde os Animais também me parecem bem tratados, não estão no habitat natural deles é verdade, mas têm espaço e sombra e sol e muitos tratadores carinhosos. Claro que há sempre uma subjectividade inerente, porque os Animais estavam melhores no habitat deles, mas isso era se o habitat deles fosse seguro... Infelizmente a raça humana trata de destruir tudo e acaba por pôr em perigo milhares de espécies, muitas já extintas ou em vias... e se esses animais estão bem tratados nos Zoos para protecção da espécie, fico feliz.
Em 2012, quando vi pela primeira vez os golfinhos no Zoo de Lisboa, chorei durante os trinta minutos de espectáculo ao ver a relação deles com os humanos, senti uma empatia para além do imaginável. Pensei que tal sucedesse por ter sido a primeira vez que os via, mas depois voltei lá e foi igual, e mesmo à terceira vez aconteceu o mesmo. Fiquei a pensar qual seria a razão, porque não via mais ninguém submerso em lágrimas a não ser eu :D Ainda pensei, se calhar fui um golfinho noutra vida..., mas eu nem acredito nessas coisas... Depois pensei, eu adoro nadar, talvez eu tivesse o sonho de nadar com eles e nem soubesse... Ou, talvez, haja uma razão bem mais simples, a da natureza e os animais serem a melhor "obra de arte" que existe no universo.

É a verdade. E eu só desejava que nunca tivéssemos destruído o território deles. Que nunca nenhum se tivesse extinguido ou sofrido por nossa causa (humanos)... Mas a História é tão longa nesse sentido, animais como diversão em arenas, cães para cheirar minas na guerra, para servir de isco, animais enviados para o espaço, animais para se fazerem colares, tapetes, maquilhagem, medicamentos, testes, casacos de peles!... Com tanto sofrimento... Espero que um dia tudo seja diferente, faço por isso, e sei que há milhares de pessoas que também o fazem, e, embora seja um processo demasiado lento, acredito que o mundo está a mudar, para melhor. Se todos fizermos um pouco, por pouco que seja, todos juntos será muito ;)

PS - Não tenho qualquer parceria com nenhum Zoo, as minhas "parcerias" têm sido nestas dezenas de anos com as Associações de Animais Portuguesas, que são às centenas a precisarem imenso de todos nós... Só quero que todos se sensibilizem e ajudem os Zoos, para que possam continuar a proteger e a salvar espécies ameaçadas e as Associações para que possam dar melhores condições aos Animais que salvam, os quais a maioria das entidades governamentais negligencia e despreza.


Aqui ficam algumas fotos:

Zoo de Santo Inácio

 



Beijinho e obrigada, a todos os que lêem o meu blogue <3
Sandra Reis

Sites:
Zoo Santo Inácio
https://www.flickr.com/photos/zoosantoinacio


21 de setembro de 2018

O Outono e o Primeiro Amor



Adoro o Outono, o sol morno com algumas nuvens e aquele vento calmo que provoca um cochichar entre as folhas das árvores.

Perguntava-me porque gosto tanto do Outono. Poderá ser pelas cores, pelas recordações da infância, pelo saltitar de folha em folha só para ouvir os estalidos secos.

Poderá ser porque, como não tinha irmãos, o momento que mais adorava começava no início do Outono, as aulas, o regresso para junto dos amigos, das gargalhadas, das conspirações, das brincadeiras, das paixões. O Outono evoca todas essas memórias.

Um casaco quente a abraçar-me, o vento a afagar-me os cabelos, as folhas nas árvores que afugentavam o silêncio da solidão finalmente... 

A juntar a tudo isso, veio o primeiro amor, no Outono de 94... Aquele que jamais poderá ser destruído, que jamais poderá ser esquecido, aquele que ficou sempre na expectativa, na esperança, no sonho e no desejo do primeiro beijo. Foi o meu primeiro amor, poderoso e tempestuoso. Cheio de palavras ferozes, olhares de desprezo e risos frios. Um ódio que  só decifrei meses depois, quando percebi que só o detestava por gostar tanto dele, tanto que tinha medo de acreditar.

Duas semanas sem o ver, foi o suficiente para perceber, que pensava nele demasiadas vezes, que falava dele muitas vezes, que queria vê-lo... Bastaram duas semanas sem o ver para descobrir que o que tinha afinal dentro de mim, não era ódio, era medo, medo de estar apaixonada por alguém que não sentisse o mesmo por mim…

Ainda me lembro do instante em que compreendi. Depois dessas duas semanas infinitas, mal recomeçaram as aulas e o revi, o meu coração disparou, senti picadas por todo o meu corpo, os olhos dele demoraram mais um segundo nos meus e vi-lhe no rosto um breve sorriso sincero, o primeiro sorriso dele para mim, e só me apeteceu chorar... Foi aí que percebi. Nunca me esquecerei...

Já me esqueci de tanta coisa, de coisas mais importantes talvez, de coisas destes anos, mas nunca me esqueci do que senti naquele momento, pelo rapaz da minha turma que eu pensava detestar...

Um ano depois, também no Outono, chovia lá fora, e todos se abrigavam no interior da escola, éramos talvez umas centenas naqueles minutos, todos apertados até para caminhar mas ali, naquela confusão,, eu vi-o de frente para mim a caminhar, naquela multidão os nossos olhares cruzaram-se por segundos, e nesse instante, pela primeira vez e pela última, eu senti que tudo ficou parado e silencioso à nossa volta, o mundo parou, o tempo parou, tudo havia parado, só ouvia o meu coração a bater. Nunca mais voltei a sentir isso...

O Outono traz-me também um bocadinho dessa sensação, de estar perdidamente apaixonada, de não saber o que ele sente, do desejo de ser correspondida, a dúvida e a esperança, naquela encruzilhada diabólica que aumentava ainda mais a minha ansiedade a cada segundo do dia. 

Os olhos escuros, o cabelo comprido ondulado e escuro dele... A ânsia profunda do primeiro beijo... Ficarão assim intactos para sempre no meu coração. Assim como ele...

O Outono também vos traz alguma lembrança?
Ainda se lembram do vosso primeiro amor?