Este blogue é um ponto de encontro com amigos desconhecidos que se reconhecem nas palavras e nos gestos, aqueles por vezes tão comuns que deixamos de reparar, até alguém nos voltar a falar deles, como se fosse a primeira vez.

Música

9 de novembro de 2016

Bolo de Iogurte com Maçã e Canela

Hoje foi dia de invenções doces! Com o frio e a chuva, apetecia-me algo reconfortante, lembrei-me das tartes de maçã que a minha mãe me fazia em pequena e do cheiro a canela que me lembra sempre o Natal e pensei, porque não? Aqui está o resultado. Mais que delicioso e reconfortante ;) 

Ingredientes:
1 colher de sopa de Planta
250gr de açúcar
5 ovos
250gr de farinha
3 iogurtes gregos com pedaços de maçã e canela
1 colher de sopa de canela em pó
2 maçãs sumarentas e doces

Bater a planta com o açúcar, juntar os ovos e voltar a bater. Adicionar a farinha lentamente e por fim os 3 iogurtes gregos. Bater novamente tudo. Forrar uma forma com papel vegetal e despejar a massa. Polvilhar o topo com a canela, e com a ponta dum garfo fazer movimentos circulares no topo de forma a misturar ligeiramente a canela e a massa. Fatiar 2 maçãs doces e cobrir a massa. Forno previamente aquecido.
Colocar a 140ºC durante 40/50 mins na parte inferior do forno, com calor só por baixo, desta forma a parte de cima do bolo ficará húmida e deliciosa ;)

12 de outubro de 2016

Somos camaleões, somos os outros



Como aguentar viver num Mundo em que nem nós próprios somos reais?
Todos nos mentem, de propósito ou inconscientemente.
Somos influenciados por tudo e por todos à nossa volta e temos que agir em conformidade com tudo, com a sociedade, com os padrões x e y, com as regras xpto.
Temos que ser uma pessoa no emprego, outra pessoa no supermercado, outra pessoa no café, outra pessoa com os amigos, outra pessoa com os pais, outra pessoa com o companheiro, outra pessoa com os filhos... Mas e nós? Onde estamos nós? Como conseguimos saber quem realmente somos?! 
Ao fim de algum tempo a nossa essência, as coisas que nos acendem, que nos fazem arder, que nos fazem sorrir, as coisas mais profundas pelas quais sentimos paixão, ficam tão escondidas, esquecidas, apagadas, muitas delas perdidas para sempre...
Somos camaleões, mudamos, ou para agradar os outros, ou para não sermos rejeitados pelos outros, tantas razões que nem sequer pertencem à razão...
Querermos ter um pouco de nós vivo é egoísmo? Qual será o dia em que decidimos que temos que ser os outros?... Nós somos os outros? Infelizmente somos, quando mudamos por eles. Somos estranhos dentro de nós próprios muitas vezes... Mas nós não devemos ser os outros, nós temos que ser nós.
Há um dia em que precisamos tomar essa atitude, temos essa obrigação connosco, devemos procurar bem dentro de nós quem realmente somos, fazer o que mais adoramos fazer, ser quem sentimos que somos.
De que serve viver a vida se a vivermos camuflados? Escondidos de nós próprios. De nada... Se não estivermos felizes por dentro, nunca estaremos felizes com a vida, nunca seremos capazes de dar um sorriso genuíno, e por mais que sejamos visíveis e fisicamente palpáveis, seremos apenas aquilo que os outros vêm e não aquilo que somos verdadeiramente. Se não formos nós próprios, NUNCA SEREMOS REAIS.

S.R.

12 de maio de 2016

A minha própria porta mágica


Há alguns anos atrás era tudo muito mais simples... É verdade que eu era mais nova e a vida parece mais simples quando somos ainda raparigas, mas isso é uma história para outro dia.

Naquele tempo, não há muito, talvez há uma década e meia, não tinha internet nem google, apenas uma máquina de escrever, com a sua própria porta mágica para o desconhecido e maravilhoso mundo.

O cheiro da tinta cravada no papel, o mistério da palavra seguinte, apenas os meus dedos e a minha imaginação, palavra a palavra, eu criava os meus próprios sonhos, eu delineava um percurso imaginário sem olhar para trás.

Agora, o computador faz isso (sem a fragrância da tinta) e mil outras coisas mais, mas distrai, e pior, torna-nos dependentes.

Eu abro o meu portátil, espero, faço login, abro o Word, espero outra vez, e, ali estão elas, inúmeras possibilidades, tipo de letra, tamanho, estilo, alinhamento, espaçamento, margens, etc etc etc, nunca mais acabam, nunca nos sentimos verdadeiramente satisfeitos porque a escolha não tem limites. Além disso, quando finalmente nos habituamos ao programa e sabemos os sítios de cada opção quase de olhos fechados, lançam um novo Microsoft Word, com todas as opções e muitas muitas mais (que nem sequer precisávamos realmente), todos elas agora dispostas em sítios diferentes no programa... bem... um desperdício de tempo e energia ...

Depois temos a internet e os motores de busca ... Já não se consegue fazer quase nada sem consultar o google primeiro, apenas porque está ali e sentimos que nos dá todas as respostas e certezas, mas não é verdade, não pode responder tudo, podemos pesquisar e pesquisar, mas o que está dentro de nós é só nosso e só nós podemos ver e descobrir, nem google, wikipedia, ou outro qualquer, poderá responder sobre o que sentimos, precisamos ou queremos ...

A minha máquina de escrever era a minha máquina do tempo, num instante eu podia estar em qualquer momento e em qualquer lugar da minha imaginação. Sentia-me em harmonia, podia ouvir as folhas das árvores a cair através da janela, o vento a soprar nas caleiras, a minha própria respiração, enquanto carregava em cada uma das suas teclas como se fosse um piano e cada letra uma nota a dar vida a uma nova música.

Mas mais importante que tudo isto, eu podia ouvir-me a mim, os meus pensamentos, as minhas ideias, o mais profundo do meu ser, sem perguntas, sem incertezas, sem interrupções, podia ouvir-me a mim, apenas a mim.

S.R.

23 de março de 2016

Pausa






Tenho saudades dos tempos simples. Dos tempos em que ainda andava no liceu, sem telemóveis, nem internet... Parece que foi há tanto tempo atrás... Mas não foi assim tanto.
Desde que apareceram os primeiros telemóveis e a internet, que se deu uma aceleração em bola de neve, o ritmo das mudanças tornou-se cada vez mais rápido e o fosso que separa o presente desse passado, não muito longe, é cada vez maior...

Era tão bom quando saía da escola ao fim da tarde e contemplava o pôr-do-sol à minha frente, sentir o vento no cabelo, conversar com os amigos... Até sabia bem acordar cedo ao domingo de manhã e ir dar uma volta à beira mar. Agora é tudo muito mais "complicado". Os bip bip dos telemóveis, das mensagens sempre a chegar e a internet para "conversar". Estamos completamente aprisionados...

Há dias que passam e me esqueço de olhar para o Céu, há minutos que passam e me esqueci de abraçar alguém importante porque estava a olhar para o telemóvel...

Não quero ser assim, quero viver a vida, aquela que tem cheiro, paladar, cores de verdade e textura. Aquela que não somos nós que escolhemos, nem controlamos, aquela que em vez de fazermos like no telemóvel ou no computador, podemos mostrar um sorriso e transmiti-lo de verdade, quando vemos algo engraçado.

Como seria uma semana sem telemóveis, sem redes sociais e sem emails? Gostava de saber, será que seríamos capazes de o fazer?

Dado o tempo que tudo isso nos ocupa devia ser criada a semana internacional da diversão, em que ninguém mexia no telemóvel, no email ou abria as redes sociais.

Uma semana ao ar livre com os olhos postos na vida, no pôr-do-sol, nas gaivotas, nos gatos às janelas, nos cães a correr, nas árvores, no mar. Uma semana em que voltaríamos a usar os nossos 5 sentidos e a sorrirmos uns para os outros de verdade.

11 de março de 2016

Ainda não é tarde demais


 

















Talvez tenhas razão…
Talvez não tenha lutado por ti…
Talvez tenha desistido depressa demais…
Não sei…
Mas se querias que lutasse por ti porque me deixaste?...
Porque me deixaste amar-te tantos anos para um dia me deixares com um bilhete apenas, sem explicação, sem lógica, sem razão…
Não ter lutado não significa que não te amei todos os dias da minha vida porque, sabes, quando li o teu bilhete afiado eu chorei, e chorei todos os dias da minha vida.
Lamento que penses que não lutei por ti, porque eu lutei, lutei para que te sentisses feliz, lutei para te ver sorrir, lutei para te sentires realizado, mas no mais profundo do teu coração, só estavas tu, sempre estiveste tu… e depois, deixaste-me, com um bilhete que eu não conhecia de lado nenhum, um bilhete impessoal, um bilhete tão incompleto que me deixou vazia…
Lamento realmente por não ter lutado mais, mas não por ti, por mim, lutado para gostar mais de mim, para ser feliz, em vez de procurar em cada olhar teu, como uma criança perdida à espera de quatro segundos de atenção…
Lamento ter chorado todos os dias da minha vida por ti, quando podia ter sorrido e vivido…
E só agora percebi, que tu nunca me mereceste, tu nunca lamentaste teres-me perdido, apenas te lamentas, de ti, da vida, de tudo, tu és assim… Tu és o teu centro, e lamento, porque um dia, se deixares de girar em torno de ti, perceberás que já nada nem ninguém existirá à tua volta para te amar…
Sim, eu lamento agora, mas lamento apenas os anos que dissipei a amar-te, e os anos que alaguei a chorar-te, mas ainda não é tarde demais e, por isso, não vou lamentar mais, vou sorrir, vou lutar, vou ser feliz, por mim.

S.R.

26 de fevereiro de 2016

Como manter o amor?




















Quando eu era adolescente, pensava, como é que eu iria conseguir amar alguém a vida inteira. Tanto tempo!

Tudo o que desejava era um amor para sempre, intenso e autêntico, e por isso preocupava-me, como iria encontrar esse amor, porque sentia que seria tão difícil manter um amor tanto tempo. Sentir-me apaixonada pela mesma pessoa durante anos e anos...
Mas agora, embora os Príncipes sejam só quase encantados para nós mulheres, eu percebo que a convivência é o mais difícil, e o que acaba por realmente ser difícil é conseguir mantê-los apaixonados por nós.

Embora os homens sejam, na sua maioria, educados por mulheres, as mães, eles não aceitam muito bem pedidos e críticas femininas. Por mais que sejam construtivas, para eles são sempre destrutivas, humilhantes, resultado de uma educação machista.
É universal, as mulheres não apreciam certas atitudes, como deixar roupa pelo chão, ou restos de comida por toda a banca da cozinha, ou até mesmo a sanita aberta, ou que nunca tentem pelo menos fazer as coisas em casa como nós. Por isso, corremos o risco de nos tornarmos aborrecidas e de ouvirmos que nem os deixamos respirar.

O que fazermos? Para o mantermos apaixonado por nós a vida toda dado que somos "mulheres", e seremos sempre mulheres :)

Bem, não sou perita nem formada em psicologia, mas acho que, em parte, se aceitarmos desde cedo que não há Príncipes Encantados como na Cinderela, que nenhum homem será alguma vez perfeito, então estaremos no bom caminho. Depois é só encontrarmos o melhor para nós, de entre os melhores, porque embora nenhum seja perfeito, não significa que nos temos que contentar com qualquer coisa :) Também temos que ter os nossos padrões um bocadinho acima e ter amor próprio.

Devemos ser exigentes na mesma, mas aceitar as limitações deles e, se tivermos filhos rapazes, educá-los para serem bons maridos, com horizontes alargados, sem machismo, e serem capazes de compreender as frustrações domésticas.

A boa notícia é que começam a haver mais homens anti-machismo, que em vez de dizerem que "ajudam" as mulheres em casa (como se a tarefa fosse só delas), mas sim que "partilham" as tarefas com elas pois a escravidão felizmente já acabou ;)

É importante manter o amor, mas se o homem não merece, não devemos desperdiçar a vida a tentar, mas sim virar a página e começar de novo, em busca de um futuro melhor, porque afinal a vida é apenas esta.