Este blogue é um ponto de encontro com amigos desconhecidos que se reconhecem nas palavras e nos gestos, aqueles por vezes tão comuns que deixamos de reparar, até alguém nos voltar a falar deles, como se fosse a primeira vez.

Música

12 de outubro de 2016

Somos camaleões, somos os outros



Como aguentar viver num Mundo em que nem nós próprios somos reais?
Todos nos mentem, de propósito ou inconscientemente.
Somos influenciados por tudo e por todos à nossa volta e temos que agir em conformidade com tudo, com a sociedade, com os padrões x e y, com as regras xpto.
Temos que ser uma pessoa no emprego, outra pessoa no supermercado, outra pessoa no café, outra pessoa com os amigos, outra pessoa com os pais, outra pessoa com o companheiro, outra pessoa com os filhos... Mas e nós? Onde estamos nós? Como conseguimos saber quem realmente somos?! 
Ao fim de algum tempo a nossa essência, as coisas que nos acendem, que nos fazem arder, que nos fazem sorrir, as coisas mais profundas pelas quais sentimos paixão, ficam tão escondidas, esquecidas, apagadas, muitas delas perdidas para sempre...
Somos camaleões, mudamos, ou para agradar os outros, ou para não sermos rejeitados pelos outros, tantas razões que nem sequer pertencem à razão...
Querermos ter um pouco de nós vivo é egoísmo? Qual será o dia em que decidimos que temos que ser os outros?... Nós somos os outros? Infelizmente somos, quando mudamos por eles. Somos estranhos dentro de nós próprios muitas vezes... Mas nós não devemos ser os outros, nós temos que ser nós.
Há um dia em que precisamos tomar essa atitude, temos essa obrigação connosco, devemos procurar bem dentro de nós quem realmente somos, fazer o que mais adoramos fazer, ser quem sentimos que somos.
De que serve viver a vida se a vivermos camuflados? Escondidos de nós próprios. De nada... Se não estivermos felizes por dentro, nunca estaremos felizes com a vida, nunca seremos capazes de dar um sorriso genuíno, e por mais que sejamos visíveis e fisicamente palpáveis, seremos apenas aquilo que os outros vêm e não aquilo que somos verdadeiramente. Se não formos nós próprios, NUNCA SEREMOS REAIS.

S.R.