Este blogue é um ponto de encontro com amigos desconhecidos que se reconhecem nas palavras e nos gestos, aqueles por vezes tão comuns que deixamos de reparar, até alguém nos voltar a falar deles, como se fosse a primeira vez.

Música

11 de novembro de 2017

Amizades Encantadas



Esta Cinderela faz-me sorrir e sentir bem. Não me faz pensar em Príncipes Encantados, até porque apesar de já ter acreditado nisso um dia, sei que não existem, pelo menos encantados não, apenas Príncipes sim. Mas a razão porque adoro a Cinderela, e me sinto feliz ao vê-la é porque me faz voltar a um tempo que foi, esse sim, Encantado, a minha infância. Um tempo cheio de magia que me traz inspiração e coragem. Um tempo cheio de amizades encantadas e eternas, o meu pai, a minha mãe, os meus primos, os meus amigos, amizades que cresceram com os anos, com a vida.

É verdade que temos por vezes saudades de quem se afastou ou de quem afastamos, é verdade que procuramos alguém perfeito, para nós, que procuramos um Príncipe quase Encantado, ou o mais parecido possível, mesmo depois de sabermos que não existe ninguém perfeito, que não fazemos parte duma história encantada, e mesmo até depois de já nos terem partido o coração, talvez uma vez, talvez mais.

Mas é bom sonhar... Acreditar, ter esperança, sorrir... Há momentos na vida, em que pensamos que com a idade perdemos a capacidade de sonhar, mas não é verdade, não tem a ver com a idade, apenas com o nosso coração, e por mais partido que esteja conseguimos sempre arranjar uma forma de ter esperança, de sonhar...

Como todas as quase Cinderelas do nosso Planeta, conheci alguns quase Príncipes que me fizeram sorrir, acreditar, sonhar e chorar, alguns que nem gostaria de voltar a encontrar, mas não ficou nada perdido dentro de nós, nem a esperança. Mesmo que nos magoem, desiludam, traiam, que façam o nosso mundo desmoronar, desaparecer dos nossos pés, mesmo que cada um possa ter um pouco de perfeito e um muito de imperfeito nas suas coisas, fizeram-nos amadurecer, aprender, crescer. Tornaram-nos mais fortes. Às vezes há pequenas surpresas que surgem das nossas histórias desencantadas.

Aconteceu-me a mim, tive alguns desgostos, alguns terríveis até, e entre esses também tive muitos momentos felizes. Mas tive um especial, uma espécie de milagre, em que duma história desencantada de quase Príncipes e Princesas surgiu uma grande amizade. Uma amizade que nasceu dum amor de adolescentes, uma improbabilidade que se tornou real e nos tornou melhores amigos há mais de duas décadas, uma amizade que transcendeu todos os obstáculos e todas as possibilidades.

Vale a pena arriscar para descobrir o que pode acontecer.

S.R.

6 de novembro de 2017

Bolo de Laranja e Iogurte com Pedaços de Chocolate





 
5 ovos inteiros
250gr açúcar
1 c. sopa de planta
225gr farinha
3 iogurtes naturais
Sumo de 1 laranja
Nutella
¼ de uma tablete de chocolate de leite



Pré-aquecer o forno a 150ºC e forrar uma forma com papel vegetal.
Misturar os ovos, o açúcar, bater, juntar a manteiga, bater, adicionar a farinha e depois os iogurtes, bater novamente e juntar sumo de uma laranja espremida. Quando a mistura estiver no ponto, despejar sobre a forma já forrada. Espalhar pequenos pedaços de nutella com a ajuda de duas colheres de café. Cortar o chocolate em pedacinhos pequeninos e deixá-los cair docemente pela massa. Levar ao forno.

Colocar no forno a 140ºC durante 50 minutos só por baixo.




2 de novembro de 2017

Espinho...

Sinto saudades de Espinho...
Penso na minha cidade que, mesmo longe dos incêndios, tantas mãos e bolsos vis tratam de destruir ano após ano.

Tenho saudades da forma como a brisa à beira-mar me afagava o cabelo no outono. Em Espinho sinto-me completa, reconheço-me, encontro-me, não me sinto perdida, desligada, uma estranha ou emigrante em terra desconhecida. Em Espinho sinto-me protegida do mundo, como uma criança assustada no colo da sua mãe.

Não podemos permitir que destruam a cidade, que se perde a identidade a pouco e pouco. As casas abandonadas, as lojas afogadas pela indiferença de quem pode salvar esta cidade mas prefere olhar a tesouros alheios.

Espinho não quer crescer, não anseia ser moderna ou melhor que nenhuma outra, não deseja ser grandiosa, Espinho só quer viver, a vida que tinha e lhe foi tirada aos poucos sem ninguém perceber. 
Espinho só quer ser o que sempre foi, uma cidade grande de coisas pequenas, pequenas mas cheias de valor e importância.

Quem a governa com ganância não sabe o que Espinho quer, e tira-lhe a água das raízes como uma árvore a quem impedem de viver.

Espinho é o meu berço, onde escrevi a minha história. Espinho não é o abraço de uma figura em ouro reluzente, tal escultura fria e sem alma... Espinho é o abraço duma mãe carinhosa, atenciosa e dedicada.

S.R.



...


 
 Um vídeo de Jorge Portojo

Um vídeo de "Horizontes da Memória"
com o Prof. José Hermano Saraiva