Este blogue é um ponto de encontro com amigos desconhecidos que se reconhecem nas palavras e nos gestos, aqueles por vezes tão comuns que deixamos de reparar, até alguém nos voltar a falar deles, como se fosse a primeira vez.

Música

23 de abril de 2015

Biscoitos de Manteiga e Limão







1 chávena de farinha
1/4 chávena açúcar
1/2 chávena manteiga
Raspa de limão a gosto





Misturar tudo muito bem com um robot ou à mão.
Embrulhar em celofane e colocar no congelador por 15minutos.
Retirar do congelador e com pequenos bocados de massa, fazer bolinhas com as mãos, colocá-las em cima de papel vegetal no tabuleiro do forno e carregar uma a uma com a mão de forma a ficarem com a forma de biscoito.

Levar ao forno, a meia altura e deixar cozer durante 20 minutos a 130ºC na opção com ventoinha por cima e por baixo.


 
Variante com Nutella:
Antes de levar os biscoitos ao forno, ao amassar as bolinhas, podem experimentar fazer um pequeno buraquinho ou uma covinha em cima de cada uma e colocar nutella, também ficam muitos boas.




22 de abril de 2015

Duas Cartas, o Antídoto Perfeito

Ele foi o amor da vida dela, ele seria para sempre o amor da vida dela. Havia oito anos que tinham acabado o namoro e há seis anos que ela começara a sonhar com ele de noite, com ele a regressar, com ele a abracá-la, com eles juntos, mas ele não regressava, talvez ele já nem se lembrasse dela...

Nesses dias, depois de tais sonhos, ela sofria, dias longos de tristeza e angústia, alternados com os dias normais e quase felizes em que não sonhava com ele.

Cansada de se sentir presa, ela teve uma ideia, um antídoto talvez perfeito em forma de duas cartas. Tinha que fazer a experiência.


Num dia normal, em que se sentia feliz, ela escreveu uma carta, dela para ela própria, para aquele dia que viria em que ela acordaria novamente despedaçada pela ausência dele.

Nessa carta, exaltando o seu valor como mulher dedicada que fora, ela escreveu todas as falhas dele, tudo o que se lembrava que a magoou, todas as vezes que ele a comparou com as outras mulheres mais bem vestidas, com cabelos arranjados ou pintados, todas as vezes que ele a tentou mudar para ser outra, ela escreveu o quanto ele pensava só nele, o quanto ele se esquecia de lhe dar atenção, o quanto ela o amava e em troca recebera nenhum valor.

O dia triste chegou, mais uma noite a sonhar que ele a amava e se entregava a ela, acordou com lágrimas nos olhos. Levantou-se, abriu a janela, foi buscar a carta que ela escrevera para si, sentou-se no chão da varanda ainda em camisola e calções de dormir e leu-a para si. No fim da carta dizia:

"Se o queres continuar a odiar então guarda de novo esta carta e lê-a sempre que acordares triste. Mas para seres feliz tens que tirar esse ódio de dentro de ti, se quiseres tentar, então responde a esta carta, escreve tudo o que te lembrares de bom nele."

Encostada às portadas da varanda, ainda sentada no chão, com os olhos postos no mar e no horizonte, com o sol a aquecê-la, ela pensou naquela frase durante vinte minutos. O mar com a luz do sol a incidir-lhe fazia lembrar-se dele, era quase tão poderoso como a cor dos olhos dele. Finalmente mais calma ela tomou uma decisão, responder.

Na resposta ela escreveu:
"Ele era igual a mim, gostávamos das mesmas músicas, dos mesmos filmes, até dos mesmos cantos do Planeta, dos mesmos heróis, das mesmas estações do ano, das mesmas pessoas... Éramos tão perfeitos um para o outro. Tão felizes. Ele era amigo de toda a gente e bom para os animais. Ele não sentia inveja de ninguém, nem guardava rancor de quem lhe fazia mal. Era bondoso, generoso, modesto, tinha um enorme coração e ele protegia-me ferozmente de quem fosse preciso. Era o homem mais divertido que alguma vez conhecera, fazia-me rir em qualquer situação. Tinha os olhos mais verdes que qualquer mar salgado. Tinha um sorriso honesto e vulnerável. Tinha um abraço forte e quente. E tinha uma particularidade que eu adorava, sempre que me abraçava, apertava-me tão forte, que lhe faltava o ar, e logo a seguir sentia necessidade de bocejar para inspirar ar porque nem conseguia suspirar. Ele foi, sem dúvida, o homem que mais me fez feliz e que mais me amou."

Quando acordou no dia seguinte, sentia-se normal, então leu a segunda carta. Foi então que ela percebeu.

Ele não era perfeito, não era o Principe Encantado, não podia exigir a perfeição dele, porque tal não existe. Ela amou-a o melhor que soube. Mas, por alguma razão, o destino optou por separá-los.

Agora, depois de ter lido a segunda carta, ela percebera que tinha que perdoar-se por não ter sido capaz de o manter e perdoá-lo por ele não a ter conseguido amar para sempre.
Ela sentia finalmente a força e a coragem para seguir em frente. Talvez jamais o voltasse a ver, ou quem sabe, ele um dia, estivesse no mesmo sítio que ela novamente. Mas por agora, só importava o presente, e ela sentia-se finalmente em paz.
Sentia outra vez o desejo, o medo e a coragem, que lhe permitiam abrir, novamente, o seu coração.

S.R.

13 de abril de 2015

Quando acreditam em nós



Já repararam como tudo cintila quando alguém acredita em nós?

Às vezes estamos naquela posição, um pé bem preso no chão e outro parado no ar sem saber o que fazer, e aparece alguém, que simplesmente e honestamente, acredita em nós. Não é alguém que nos empurra, ou que nos diz “salta, salta”, mas alguém que acredita em nós, com tanta convicção e sinceridade, que nos faz acreditar em nós próprios.

Alguma vez sentiram a energia e a coragem que isso nos dá?

Quando alguém acredita verdadeiramente em nós, sobretudo quando nem sequer pedíramos que acreditasse, toca-nos para sempre. Dá-nos o que precisamos para conseguir realizar um sonho, alcançar um propósito, arriscar, ou, simplesmente, acreditar em nós próprios e jamais a esqueceremos.

Por isso, é tão importante demonstrar, quando acreditamos honestamente em alguém, é como dar-lhe a mão, afugentar-lhe os medos, enchê-lo de coragem para acreditar em si próprio.

É, nesses momentos, que nos tornamos inesquecíveis.

10 de abril de 2015

Batidos para tardes amenas





Batido com sabor a frutos silvestres (para 2)
2 iogurtes de frutos silvestres
1 banana
1/4 leite
3 cubos de gelo
Colocar tudo no copo misturador, servir em copos e beber

Batido com sabor a banana/morango (para 2) 
2 iogurtes de morango 
1 banana
1/4 leite
2 bolachas de fibras
3 cubos de gelo 
Colocar tudo no copo misturador, servir em copos e beber

9 de abril de 2015

A Infância


Estamos num século de tecnologia e falta de tempo e nos últimos meses, adaptei-me a esses conceitos, e por isso tenho usado sempre cebola picada congelada para cozinhar, mas hoje como tinha de fazer sopa, quando fui ao supermercado comprar os vegetais e legumes frescos, lembrei-me e trouxe cebolas.

Pus uma panela com água a ferver e descasquei uma cebola, cortei ao meio e coloquei metade na água a ferver, enquanto cortava os legumes, o cheiro suave da cebola, o barulho da água a ferver e o pôr do sol a entrar pela janela da cozinha, levaram-me de volta à minha infância, para um momento que nem me lembrava ter existido. Lembrei-me exactamente da minha casa, da minha mãe ainda com os seus cabelos todos pretos, alegre, energética, a fazer sopa para mim, enquanto eu fazia desenhos sobre a mesa da cozinha com massas de canudos e feijões e esperava pelo meu pai para lhe mostrar os meus desenhos... Há sensações que nunca se esquecem, e que são insubstituíveis...

E eu que estava a fazer a sopa sem muita vontade, porque descascar batatas e cenouras nunca foi algo que eu adorasse fazer :) mas com esta viagem até à minha infância, ganhei uma força de vontade para fazer a sopa, a sopa da minha mãe, porque não há, para mim, outra igual :)

Se eu agora chorasse não seria por causa da cebola :)

Sopa da minha Infância
Numa panela com água a ferver juntar:
meia cebola
2 cenouras grandes
2 batatas grandes
1 pedaço de abóbora
2 pés de alho francês
meia couve coração (variante agriões)
1 fio de azeite
sal qb

Espero que gostem!

8 de abril de 2015

O que ela procurava...



O que ela procurava... O mesmo que todas mulheres procuram um dia, um homem que se perdesse nos olhos dela... Forte mas vulnerável, perdidamente apaixonado por ela.

Durante anos ela procurou em livros por alguma coisa que a fizesse despertar. Não sabia o quê...
Durante anos leu, leu e leu. sempre a procurar por mais, sempre à procura de melhor, insaciavelmente.
Até que uma noite tudo mudou e a fez entender... 

Quando ela sonhou com ele, o amor da sua vida, aquele que cruzara na sua vida há anos atrás, percebeu que o que procurava nas histórias que lia era a sensação que ele um dia provocara nela, o amor que a fizera sentir, o olhar cintilante, o calor no corpo, o coração a bater forte, a existência dele tão simplesmente...

Foi o sonho que a despertou novamente e a fez perceber o porquê... 
O que ela procurava... Um bocadinho dele, um bocadinho de ambos, aquele bocadinho dele que brilhava dentro dela e acendia tal fogo de artifício num céu azul escuro que apagava todas as estrelas.

O que ela procurava tinha ficado escondido dentro dela, um amor tão forte e ardente, que nunca se apagou, que nunca se esqueceu. O amor dele, aquele que mal a viu, tantos anos depois, voltou-se a perder nos olhos dela, e todas as estrelas se apagaram, por este amor tão fulgurante, desta vez, para sempre...

S.R.

5 de abril de 2015

Mousse de Chocolate Caseira





200 gr de chocolate de culinária
6 ovos
6 c.s. de açúcar
1 c.s. cheia de manteiga

Derreter a manteiga com o chocolate em banho-maria a baixa temperatura
Depois de derretido, retirar do banho-maria, adicionar o açúcar e as 6 gemas sempre a bater até ter uma mistura homogénea.
Bater as 6 claras em castelo e juntá-las delicadamente à mistura anterior, misturando tudo cuidadosamente.
Colocar em taças e levar ao frigorífico algumas horas.
Deliciosa!
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7 ounces semisweet chocolate
6 eggs
6 tablespoon sugar
1 tablespoon butter

Directions:
Melt the butter with the chocolate in a bowl over simmering water at a low temperature.
After it's melted, remove the mixture from the heat, add the sugar, combine the 6 egg yolkes, beating them well until you get an homogeneous mixture.
In another bowl beat the egg whites until stiff.
Carefully blend the beaten egg whites into the chocolate misture and pour it into serving bowls.
Keep in the fridge for a few hours and it's done!
DELICIOUS!

3 de abril de 2015

Reciclagem para as Nódoas da Vida



Na vida há sempre momentos que desejávamos poder esquecer ou mudar.
Mas, se houvesse uma Reciclagem como no computador, mas para as nódoas da vida?

O que é que deitaríamos realmente fora?

Sabendo que a vida é um percurso, cujo caminho vai sempre depender da escolha anterior, será que mesmo assim apagaríamos as "nódoas"?

Correndo o risco de deitarmos fora toda a nossa vida, tudo o que fomos construindo de bom. Talvez a questão não esteja em apagar as nódoas mas em aprender a aceitar o que já não podemos mudar, sem arrependimentos. E, no futuro, tentarmos fazer escolhas sensatas, e em vez de optarmos por uma vida sem arrependimentos, optarmos por uma vida de escolhas felizes.

Mesmo assim, nem sempre as escolhas serão as mais acertadas, por mais sensatas, não se pode prever ou adivinhar tudo...

A verdade é que, como apreciamos muito mais verdadeiramente o sol depois da chuva,  também apreciamos muito mais os bons momentos da vida por termos alguns maus pelo meio.

Seria um sonho, uma reciclagem ou um detergente que apagasse as memórias mais tristes e não alterasse nada do que temos de bom, mas isso é impossível, só será realmente bom se lhe dermos valor, para apreciarmos temos que crescer, para crescermos temos que errar e sofrer um bocadinho de vez em quando.

O que importa mesmo é apreciar quando chegam os bons momentos :)