"Estava no parque, completamente perdida nos meus pensamentos. As folhas das árvores sibilavam e o sol estava quente. Perto começo a ouvir uma guitarra e uma música começa a tocar. Reconheço-a imediatamente, como se reconhecesse um lugar, daqueles para onde desejamos voltar a correr, daqueles que nos apaixonam e não queremos largar mais, daqueles que nos agarram para sempre. O meu corpo arrepia-se todo assim que a música começa, e viajo no tempo como um relâmpago em direção à Terra sentindo uma descarga de emoções pelo corpo todo.
Em qualquer dia, a qualquer hora, vou reviver aquele momento, à minha maneira, a primeira vez que te vi a tocar. A música saía dos teus dedos e do teu corpo como uma explosão de vida. Nada mudaria, eu e tu também, fosse no futuro ou há 10 000 anos atrás. Tudo seria igual, com a mesma força e paixão, um circo de feras sem rendição, um amor indomável no coração, porque era a sério eras tu, e serás, para sempre.
Não pode ser de outra maneira, nem com o Mundo ao contrário, porque, sem ti, me sinto a morrer de amor, porque de tanto te amar, eu não te quero perder, e, enquanto a noite caía, em gritos mudos eu sofria, erguida como um farol, alumiava para afastar a escuridão, se não te via, e pensava em ti, quero-te tanto... Recordo aquele momento, a força e o sentimento, que resistiram à distância e ao tempo, e sozinhos na noite, mais que uma onda, mais que uma maré, se reencontraram, mais do que um passado, que uma história ou tradição, romperam a saudade e dois corações incendiaram. Mas se não te vejo, não te ouço, desespero, aperta-se-me o peito e saio perdida, como quem procura e pede à noite um sinal de ti.
E foi assim que tudo começou, como sete torres a riscar o céu, cada dia de cada semana em que eras meu, naquele sitio entre a estrada e o mar. Desde então que tudo mudou, posso-te sorrir no escuro, posso-te beijar com os olhos, nós dois e o que virá depois, corres para mim e eu vou correndo p'ra ti, já não demora. Por essa estrada, por esse caminho, a noite de sempre, passo a passo vou, para onde quero estar. O nosso amor de sempre, brilhará p'ra sempre, p'ra sempre, vou gostar de ti."
Sandra Reis
Parabéns, mais um texto lindo. As estrelas brilham para sempre, são imortais como imortal é a arte em todas as formas.
ResponderEliminarMuito obrigada pelas lindas palavras, sempre <3
EliminarSerá sempre p'ra sempre! Tive a sorte de o ver atuar por isso é algo que poderei contar com orgulho!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
É verdade :) Fico contente por partilhares :) Obrigada.
EliminarBeijinho
Brilhará mesmo para sempre. E este texto faz-lhe uma belíssima homenagem *-*
ResponderEliminarr: São mesmo, sem dúvida!
Muito obrigada, de coração :)
Eu é que agradeço as palavras :)
EliminarBeijinho <3
Está divinal todo texto com citações às letasl dos Xutos. Sendo eles um simbsím da cultura portuguesa, e de realcre como as suas letras retratam de forma clara o dia a dia do cidadão comum. E este texto, que conjuga várias passagens de letras, é um bom exmplo da vida cotidiana do cidadão comum. Parabéns pelo belíssimo texto, e que de alguma forma é uma humilde homenagem ao falecido Zé Pedro.
ResponderEliminarMuito obrigada! Beijinho
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