#7 Monte da Sra da Mó

Há muitos sítios lindos em Portugal, mas este é um sítio muito especial para mim, principalmente no Outono quando o chão se cobre destas lindas flores lilazes.

Este é o meu lugar perfeito para "desligar". Subir o monte e simplesmente ficar ali, sentada a admirar tudo à volta, respirar o ar "puro", ouvir o silêncio, sentir os aromas da natureza, sem pensar em mais nada...

O monte tem uma vista de 360º e não é uma vista qualquer, é uma visão soberba, poderosa, inspiradora... perdemos a noção do tempo, de tudo.

De facto, não passa um ano sem ir ao Monte da Sra da Mó, e, comicamente, por mais que estude o percurso no mapa, há sempre uma altura em que estou num sítio diferente. O caminho é sempre maravilhoso até chegar lá. Seja pela N224 desde Vale de Cambra ou Castelo de Paiva, ou pela N326 de Gião a passar por Mansores, seja outra estrada mais pequena qualquer, há floresta, há natureza, há vistas lindíssimas e muitas curvas, para quem gostar de andar de mota. E, mesmo as estradas mais pequenas, as "CM" qualquer coisa, estão alcatroadas e muito direitinhas na maioria do percurso, e, pelo meio delas, acabo sempre por descobrir sítios novos a caminho.

Não bastando a vista incrível, que adoro observar em silêncio, brotam as lindas flores lilazes, conhecidas como Açafrão-de-Outono, entre as árvores, junto às ervas do chão, tornando tudo mais idílico ainda. E, rentes às flores, voam dezenas de borboletas, de todas as cores, amarelas, laranjas, brancas, pretas, de flor em flor, a polinizar. Não vejo muitas borboletas nos dias de hoje, não tantas como quando era criança, e ali fico simplesmente rendida e encantada com a dança das borboletas.

S. R.

Estas flores, Açafrão-do-Prado (ou Açafrão-de-Outono / Colchicum Autumnale), já eram usadas no Antigo Egipto pelos poderes impressionantes que detêm. Como cura ou como veneno.

É usada pela Medicina nos nossos dias pelos seus poderes analgésicos, anti-inflamatórios, antirreumáticos e anticancerígenos (consegue atacar tumores e deixar intactas as células saudáveis).

Pedaços

Acordei aos pedaços

E em pedaços adormeci
Pelos anos, pedaços ficaram
Alguns que nunca voltaram
Desbotados, rasgados, apagados
Nunca mais os vi

Pedaços de amor
Pedaços de amizade
Que nunca esqueci
De vida, alegria, saudade
Pedaços que conquistei
E outros que perdi

Pedaços de sonhos,
De memórias e histórias,
Que vi, ouvi, senti
Beijos, sorrisos, abraços

Pedaços de pedaços
Que intensamente vivi
 

Pedaços de nós
Pedaços de ti, de mim

Reencontrados
Inteiros, intactos
Pedaços nossos

Reunidos por fim

S.R.