Hoje é um dia especial, mais especial do que arco-íris e unicórnios, mais mágico que fadas e dragões, mais feliz ainda do que qualquer outro antes deste.
Ser Mãe é uma felicidade suprema constante, é um desafio, uma aventura, um medo que trazemos escondido num recanto do peito, uma força que nos levanta até no pior momento, uma coragem que não teríamos por outra razão senão os filhos, um sorriso que nos sai directamente do coração... Ser Mãe é mais do que qualquer palavra criada possa exprimir.
A cada ano que passa este dia torna-se mais especial. Começo a sorrir uns dias antes, sempre que penso nisso. As duas fazem anos, uma faz cinco a outra faz três. O que por si só já é incrível, porque em 365 dias num ano elas foram escolher exactamente o mesmo dia e o mesmo mês para nascer.
Olho para elas, observo-as, admiro-as, e pergunto-me como não vejo o tempo a passar de dia para dia, como é possível que tudo parece que aconteceu ONTEM, e não, há um ano, dois ou cinco...
A mais velha pergunta a toda a hora "Mãe, quantos dias faltam para os meus anos?" e já conta os dias por ordem decrescente. A mais nova não percebe porque conta ela os números ao contrário, mas quando lhe dizemos que vai fazer anos ela sorri e salta porque sabe o que isso significa, embora não perceba realmente o que isso quer dizer.
Olho para a mais velha, dois anos antes ela era assim e aí sinto que o tempo passou. Olho para a mais nova e percebo que ela irá contar os dias como a mais velha, talvez daqui a um ano, um ano que parece distante mas que, chegado lá, parecerá meras horas para mim.
Olhando para trás, eu vejo que desde o minuto em que elas nasceram até este minuto, o tempo realmente voou. Mas no presente o tempo parece quase parado, como se tivessem nascido apenas há alguns minutos, como desde qualquer outro momento até agora, parecem sempre ontem. Talvez seja esta a verdadeira teoria da relatividade.
Tenho momentos em que sinto que o tempo não chega para tudo e às vezes nem chega para nada. Mas quando penso nelas, quando fico a observá-las, de alguma forma, o tempo parece distorcer-se. Talvez seja esse o verdadeiro wormhole, em que conseguimos viajar no espaço-tempo em segundos, percorrendo anos em meros minutos.
E as duas vão crescendo, mudando, e eu vou percebendo isso ao olhar para elas, mas, de alguma forma, não vejo o tempo, porque esse passa de uma maneira muito diferente, de uma forma que só uma mãe e um pai podem perceber. Talvez, não seja uma equação do tempo, talvez esta seja simplesmente a fórmula do amor verdadeiro e puro, um amor infinito, sem tempo, sem espaço, sem limites.
S.R.