Tenho saudades dos tempos simples. Dos tempos em
que ainda andava no liceu, sem telemóveis, nem internet... Parece que foi há
tanto tempo atrás... Mas não foi assim tanto.
Desde que apareceram os primeiros telemóveis e a
internet, que se deu uma aceleração em bola de neve, o ritmo das mudanças
tornou-se cada vez mais rápido e o fosso que separa o presente desse passado,
não muito longe, é cada vez maior...
Era tão bom quando saía da escola ao fim da tarde e
contemplava o pôr-do-sol à minha frente, sentir o vento no cabelo, conversar
com os amigos... Até sabia bem acordar cedo ao domingo de manhã e ir dar uma
volta à beira mar. Agora é tudo muito mais "complicado". Os bip bip
dos telemóveis, das mensagens sempre a chegar e a internet para
"conversar". Estamos completamente aprisionados...
Há dias que passam e me esqueço de olhar para o
Céu, há minutos que passam e me esqueci de abraçar alguém importante porque
estava a olhar para o telemóvel...
Não quero ser assim, quero viver a vida, aquela que tem cheiro, paladar, cores de verdade e textura. Aquela que não somos nós que escolhemos, nem controlamos, aquela que em vez de fazermos like no telemóvel ou no computador, podemos mostrar um sorriso e transmiti-lo de verdade, quando vemos algo engraçado.
Não quero ser assim, quero viver a vida, aquela que tem cheiro, paladar, cores de verdade e textura. Aquela que não somos nós que escolhemos, nem controlamos, aquela que em vez de fazermos like no telemóvel ou no computador, podemos mostrar um sorriso e transmiti-lo de verdade, quando vemos algo engraçado.
Como seria uma semana sem telemóveis, sem redes sociais e sem emails? Gostava de saber, será que seríamos capazes de o fazer?
Dado o tempo que tudo isso nos ocupa devia ser criada a semana internacional da diversão, em que ninguém mexia no telemóvel, no email ou abria as redes sociais.
Uma semana ao ar livre com os olhos postos na vida, no pôr-do-sol, nas gaivotas, nos gatos às janelas, nos cães a correr, nas árvores, no mar. Uma semana em que voltaríamos a usar os nossos 5 sentidos e a sorrirmos uns para os outros de verdade.