Num bailado azul
Pode tudo ir com o vento
Estames de dente-de-leão
Soprados em compasso lento
Adagio em Pas de Deux,
Sem pousar os pés no chão
Num bailado cinzento
Pode tudo voar com o vento
No compasso violento
Dum impulsivo furacão
Nas cordas dum violino
Em estridente comoção
Num bailado inesperado
Tão bem coreografado
Prevê-se no cata-vento
A iminente destruição
Mas o amor que me confiaste,
Nem o vento, nem o tempo,
Poderá arrancar do meu coração.
S.R.